terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Surto de uma mulher moderna.






Estava aqui pensando – se bem que é só isso que faço ultimamente, que diabos passaram pela cabeça de centena de infelizes quando resolveram queimar sutiã em praça publica? O que esses seres humanos chamados de mulheres revolucionarias conseguiu com isso hein? A resposta é muito simples: a porcaria da escravidão feminina. Lindo. Libertamos-nos de maridos tiranos, de pais autoritários, de uma penca de filhos para cuidar para entrarmos na era da modernização, do mercado de trabalho e afins.

Antes, a vida se resumia as gostosas conversas no quintal, a educação dos filhos, a preparar o jantar do maridão, a trocar confidencias com as vizinhas sobre dicas de limpeza, a conversar com a nossa mãe, a ir à missa dia de domingo. E hoje? Ah, o hoje é muito mais complexo. Estou cheia de ouvir frases do tipo: Vamos estudar porque casar está difícil. Claro que está difícil, ou será que você, mulher moderna, quer casar com um cara que ganhe menos que você? Poupe-me a resposta ok?

Confesso: não sei lavar uma louça, arrumar uma cama, varrer uma casa. O máximo que faço é me arriscar nos fogões, mas nada do trivial. O trivial eu deixo para as mulheres mais velhas de minha casa. Vergonha? Nem um pouco. Esqueceu que sou moderna? Pois é, mulher moderna tem que saber dirigir, mexer em computador, ter cinco celulares, um page, um note book e mais um serie de apetrechos, que não incluem rodos, vassouras, panos de prato e panelas.

Meus estudos foram nas melhores escolas, da minha época claro. Aos onze anos eu excelente em vários esportes, porem, não tinha a mínima noção de como se trocava uma frauda. Aí, fui crescendo sempre com a mesma visão machista, digo machista, pois meu amado pai ensinou-me desde nova: o melhor marido de uma mulher é um bom emprego. E o sonho de me casar? Será que ficarei pra titia? Oh mundo cruel.

De uns tempos pra cá, entendi o real sentido da vida: Money. Sim, em inglês mesmo, afinal, se eu só souber o português, sou considerada analfabeta. Comecei então, a estudar para concursos públicos. Tudo muito lindo, se não fosse o fato de ver os ponteiros da balança subirem de cinqüenta a cem numa velocidade imensa. Sem contar nas espinhas que parecem mutantes, das costas corcundas, das varizes e hemorróidas por ficar tanto tempo sentada. Aí, como se não bastasse, vem o estresse, a depressão, a compulsão por chocolate e a carência afetiva. Quero ver se a minha avó Dona Maria do Carmo sabia o significado de estafa. Responde vó.

Chega, definitivamente não dá mais. Por mais que eu estude, minhas notas batem na trave. Se isso fosse um jogo de futebol, me renderia belas pernas, porem, como é uma disputa por emprego e não um jogo de futebol, alem de eu ficar toda doida por tanto tempo na mesma posição, as minhas pernas estão que nem as da Dercy Gonçalves. Sem comentários né?

E namorar? Boa piada. Isso é artigo de luxo, ou no meu caso, motivo para ladainhas nos meus ouvidos. Meu pai insiste em falar: estudo e namoro não combinam. Poxa pai, pega leve. Além deu estar parecendo uma baleia, com a cara de morango, as olheiras de um defunto ainda tenho que ser sozinha? E o meu sonho de ter filhos, como é que fica? Já sei delicado do jeito que o senhor é no mínimo vai dizer pra eu fazer inseminação artificial.

Renuncio a tudo. Cansei de ser escrava, de ser a melhor. Minha rotina de mulher chique está pedindo um tempo. Não dá, não dá mesmo. Imagina ter que ser linda, com a pele macia, o corpo em dia, a academia nos trinques, o cabelo impecável, o sorriso de propaganda de pasta de dente, ter bom humor, ter filhos educados, uma casa limpa e arrumada e um marido com noites de sexo garantida. É melhor criar uma maquina. Ela sim, daria conta de tudo.

No fundo, minha avó que era mulher de sorte, afinal, quando a raiva pela rotina batia, ela não precisava queimar sutiã em praça publica. Era só queimar as cuecas do velho e tudo se resolvia ou se não melhor, era só ameaçar: Vou voltar para casa da minha mãe, que tudo, em segundo dava-se um jeito.

Pra mim, essas feministas eram mulheres frustadas, que não tinham mais o que fazer que não conseguiram nada na vida e quiseram pelo menos um titulo. E ah, sem essa porcaria de dia internacional da mulher. Isso é machismo. A mulher atual merece todos os dias para ela, ou se não, pelo menos todas as tardes livres para fazer compras e detalhe: com o seu cartão de credito afinal, marido nem pra isso serve mais e quando se tem um, fato.

2 comentários:

natumania disse...

bom dia muito legal e inteligente seu blog.parabéns.
se tiver um tempinho passa lá no meu.
bjs..
renato

Elaine Berti disse...

Olha, adorei seu texto!!! E a gente compactua da mesma ideia kkkkkkkkkkkkk. Bom eu fiz o movimento contrário, queimei sutiã e calcinha a favor da mulher dona de casa kkkkkkkkkkkkkk, parei de trabalhar cuido da minha filha fico em casa blogando e sofro preconceito das mulheres invejosas que ainda não podem ficar em casa kkkkkkkkkkkkkkkkk. Depois te conta mais coisa.... Adorei seu blog!!! Beijão!!!