terça-feira, 20 de janeiro de 2009

A verdade vinda de um surto – parte 2

Nem sempre a fraqueza que se sente quer dizer que a gente não é forte। Começo esse texto com a bela frase do Gabriel O Pensador dita por um amigo num momento em que eu precisava ser ouvida e também ouvir umas boas verdades. Forte. Será mesmo que sou forte? Boa pergunta. No fundo no fundo, acho que sou sim afinal como eu estaria viva depois de tantas bordoadas que a vida me deu se eu não fosse forte?

Viva। Sim, estou viva e melhor do que estar viva é poder falar que sou feita de um material chamado ser humano. Não ouviu? Então eu grito: SERRRRRRRR HUMANO. Algumas vezes nem tão humano mas um ser que ri, chora, sente frio, fome, sede, que surta, que quer ser compreendida mas que também consegue fazer uma brincadeirinha em um momento tenso. Meu instrutor da academia pode comprovar bem o que eu digo.

Não sou perfeita, não desejo ser assim। Aqueles que se julgam perfeitos, são chatos, donos da verdade, metódicos. Chata, eu até estou porem metódica e dona da verdade, jamais. Não combinam com o jeito Luciana de ser. O jeito Lu de ser é um jeito que só eu tenho e mais ninguém. Deus, quando me fez jogou a forma fora e se um dia encontrarem alguém parecido comigo, me avisem, pois quero conhecer esse plágio.

Eu me cobro muito e as cobranças vem de diferentes formas। Querem um exemplo? Quantas noites eu passei em claro, acordada, com a cruel dúvida, se deveria ou não fazer medicina? E sabe qual foi a minha conclusão? Que estou muito bem, obrigada fazendo o meu curso. Se me dará ou não muito dinheiro só o tempo ira dizer mas por enquanto, orgulho ele me dá, por mais que não dê as pessoas próximas a mim.

O engraçado é que eu sempre fui muito impulsiva, revolucionária, de ir para as ruas com uma bandeira em punho, de pintar o rosto, de defender uma ideologia até que um dia escutei, da mãe de um amigo, a seguinte frase: Se você quer fazer uma revolução, comece arrumando o seu quarto। Pronto. Minha segurança foi por terra porque aí me dei conta de que nem o meu quarto eu arrumava. A grande revolução, começa nas pequenas, pois são nelas que estão os grandes atos.

Jurei que iria chutar o balde, meter o pé na jaca e ter férias de verdade. Esquecer do meu tratamento pro joelho, desligar o meu celular, abandonar a dieta e me entregar a mais calórica das tortas de chocolate, usar salto alto, cair na farra e não pensar em nada, nada mesmo mas sendo contraditória, no meio dessa loucura, depois de ter chorado horrores, fui sensata o suficiente para procurar um amigo e ouvir, ouvir e ouvir. Foi bom, me fez bem e assim, pude perceber que não sou a única a surta porém sou a única que posso tomar minhas próprias decisões e no final tudo isso pra que? Pra eu enxugar as lágrimas, abrir um sorriso e subir para o meu apartamento aliviada e pronta para recomeçar mais um dia.

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