quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Amigos.com.br




´´Meus heróis morreram de overdose, os meus inimigos, estão no poder. Ideologia, eu quero uma pra viver. ´´

Começo o texto de hoje com essa música por um motivo simples- a mudança de algumas idéias que tinha há anos.
Sempre fui meio avessa a tecnologia, tanto é que no meu quarto não tem som e nem TV, porem, andei revendo meus conceitos, ainda mais depois de ter entrado na vida de militante estudantil.
Antes, achava que ter amigos virtuais, era perda de tempo, que o barato mesmo era poder ter quem abraçar, beijar, tocar, sentir o calor humano próximo, mas, e quando se tem pessoas tão queridas que moram tão longe, como é que se faz? Sim, Grambel inventou o telefone porem as tarifas estão caras. Sim, eu sei que o avião existe e que já existem rodovias que passam por dentro da Floresta Amazônica, mas, minha humilde mesada não me permite deslocar-me toda hora para poder dá um abraço ou simplesmente falar: eu te adoro. E o que me restou então? A rede mundial de computadores.
Em alguns dias,quando a solidão ataca sem pudor nenhum, ligo o meu computador, acesso alguns desses programas de relacionamento e pronto, toda a minha carência é resolvida em segundos. Algumas conversas são tão reais que parece que eu e a pessoa estamos lado a lado, um olhando nos olhos do outro, esquecendo por alguns instantes da frieza virtual.
Sim, sinto falta de contato humano, mas na loucura da minha vida, muitas vezes o que me consola são as fotos, as lembranças e as risadas daqueles que um dia esteve perto e hoje, estão longe. Ao deitar-me, abraço o travesseiro como se nesse ato, estivesse quebrando o gelo da tecnologia e da vida, como um todo.
No fim, essa nova onda, nada mais é do que a cópia da sociedade atual. Parece que as pessoas têm medo de se aproximarem e preferem viver cada um no seu próprio mundo. Eu, apesar de já admitir que não vivo mais sem um PC ao lado, ainda preso pelo afago, pelo carinho e contato presentes. É ali, que sinto verdadeiramente todo o sentimento puro, que foi maquiado pelo mundo globalizado.
Não conseguiria namorar, casar e ter uma relação estável por meio de maquinas. As uso para encurtar distancias desabafar situações e escrever e como toda romântica trocaria o meu computador por uma passagem, de ônibus mesmo para poder reviver os momentos presenciais. E aí, alguém quer comprar meu notebook?

Nenhum comentário: