domingo, 28 de março de 2010

A ficha caiu.




É a semana terminou. Muito bom, até porque, depois de quase cinco meses estudando sozinha, voltar a fazer cursinho não é algo muito fácil. Porem, não é sobre a minha semana que quero conversar. O papo hoje tem outro sentido e sabor – o da aprendizagem.

A minha ficha caiu. Na verdade, despencou do quarto andar e não foi necessário fazer muito. Sabe como é, mudança de postura. Sempre ouvi as pessoas próximas a mim desfilarem ladainhas nos meus ouvidos e, se estou dizendo isso, é porque coisas boas não foram. Querem um exemplo? Ouvi durante meses que eu estava cheinha. Legal e..... Bem, só fui fechar a boca quando eu realmente me olhei no espelho e percebi que no lugar do meu corpo havia uma bola. Nesse meio tempo, também descobri a diferença entre você e ouvir e escutar. Antes eu só ouvia e hoje, escuto.

Escutar é aprender ao mesmo tempo em que se ouve. Ouvir é literalmente entrar no canal auditivo. Não acrescenta muita coisa. A não ser claro, mais palavras ínfimas que perturbam a cabeça. Escutar requer atenção, tempo e disposição. É uma troca de informações e aí, depois de tanto escutar, parei para poder refletir e chegar a algumas conclusões.

Meus impulsos me dominavam, me faziam perder a razão. Se eu tinha que xingar, xingava gritar, gritava espernear por qualquer coisa, esperneava porem, o mundo começou a me virar as costas e ele viver sem mim é fácil, mas eu não vivo sem ele. Tive que então me adaptar.

A palavra empatia – você saber se colocar no lugar do outro entrou de mansinho no rol do meu Aurélio. Se fazer de vitima é fácil, mas se colocar no lugar do outro e entender o porquê do outro ser diferente, é complexo. Ultimamente tenho tentado entender o mundo ao meu redor e também tentado compreender algumas atitudes dos que por ventura me fazem mal. Só em relação ao amor é que continuo atrapalhada. Mas bem, posso errar um pouco né?

Por mais que eu esteja aprendendo e que a minha ficha tenha caído, o meu eu ainda é o mesmo. Sou sim, pavio curto, grossa, não gosto de dar satisfações sobre as minhas coisas, detesto quando entram no meu quarto na hora do sono, sou compulsiva por chocolate e carinho não é o meu forte como também odeio, simplesmente odeio ser interrompida quando estou escrevendo. Defeitos. Uns bons e outros nem tanto. Quem gostar de mim vai aceitar. Quem não feche a porta e se retire. Ninguém tem a obrigação de me aturar, mas eu tenho sim, obrigação de tolerar o mundo.

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