terça-feira, 13 de outubro de 2009

A difícil arte de dizer ADEUS.

A vida é feita de momentos. Momentos esses que serão lembrados sempre. Na grande maioria da vezes as lembranças ruins superam as boas. O que é um erro, um grande erro. Temo então que ter a cabeça no lugar e saber separar o joio do trigo, como diz na Bíblia.
O sorriso no rosto nada mais é do que uma obrigação na hora da dor principalmente quando a mesma não é esperada. Sim, algumas dores são programadas como a dor da morte agora pior do que alguém morrer, é ter que ser enterrada viva pois assim é o certo.
Vivi de esperanças, de sonhos que cheguei a sonhar porém, depois de horas de entregue veio o pesadelo, ou melhor, veio a não realização de um Conto de Cinderela esperado a quase meia década e desejado nos meus sonhos mais secretos que no fim, foi dividido com algumas pessoas e confesso que poucas me apoiaram.
Eu precisa sentir novamente o gosto do beijo, as mãos passeando pelas minhas, os olhares se cruzando com intensidade, os corpos se desejando incansavelmente. Era algo mais forte do que eu e muito maior do que qualquer comentário fora de hora e no fim, acabei vivendo intensamente tudo o que tinha esperado mas o fim veio rápido demais. Tão rápido que na hora não absorvi. Tão frio e gélido que fez arrepiar minhas espinhas num calor escaldante do Norte do País.
Nas margens do Rio Madeira a noite senti a leve brisa roçar os lábios que estavam juntos e o vento passar suavente entre os nossos dedos. Senti medo ao atravessar uma balsa e fui amparada. Ali o medo de qualquer coisa passou e restou só o incontrolável desejo de mergulhar fundo na minha alma que agora não era mais minha. Já tinha sido docemente entregue.
Foi também nas margens desse rio porém com um sol a fechar a vista que o penúltimo beijo foi dado. Um beijo amargo, parecido com açaí sem açúcar. Um beijo quase que de despedida, seguido por uma conversa franca mas cheia de interrogações e lágrimas, que escorreram sem o menor controle e desejo.
Conheci um Estado novo, uma cidade nova, um lugar exótico e diferente. Valeu á pena. Tudo foi valido. Apesar da dor, das lágrimas, foi bom tudo tudo mesmo mas temos que colocar um ponto final e essa é a hora.
Evitar contato, evitar pensar no que é ruim. Guardar então só as fotos e os fatos. Esquecer sem dó das lembranças tristes, da sensação de abandono.
Nada será jogado fora. Fez parte do que vivi, fez parte da minha história. Uma história que começou na minha cidade, atravessou fronteiras, rios, balsas..... Uma história que teve seu começo, seu meio e um fim que era para ter sido dado a muito tempo mas foi postergado.
O vazio baterá principalmente quando abraçar o travesseiro imaginando que ali podia ser ele. Ele com quem dormi abraçada e abracei num desejo insano de ser para sempre, por todos os meus dias. Agora caberá a mim ser mais forte do que a vida, superar a dor da morte e seguir em frente como venho seguindo até aqui então.
Agradeço pelos beijos, abraços, telefonemas, recados no orkut, cartas. Agradeço pelo almoço perfeito, pela noite intensa e pelo carinho não negado enquanto foi conveniente. Agradeço por poder sonhar e por ser cor respondida por um breve mas chegou a hora, tendo em vista que nem a amizade cabe mais. O que cabe é só um recado esporádico e se couber isso.
Por mais que me doa, que me corte o coração, que me sangre o peito:
ADEUS Marco Túlio.

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