Eu não me lembro o que a sigla significava। Na verdade, acho que nunca soube, mas também, no fundo, nunca me interessou saber. O que realmente importava era o fato de estar ali, naquele lugar, duas vezes por semana para aprender a nadar.
O ano era 1997 e como todo pai, o meu achava que era importante o filho aprender uma língua e claro, aprender a nadar। Não consigo me lembrar de como foi que entrei ou o dia exato em que a minha matricula foi feita só sei que fui praticamente empurrada e obrigada e como não tinha outro jeito, o jeito foi cumprir a minha missão.
PROMIN। Era assim que se chamava esse doce lugar. Ali, a infância era respeitada e valorizada por um belo grupo de profissionais e um deles, era o Tio André - meu primeiro professor de natação. As suas aulas eram bacanas, ele tinha uma paciência incrível e ao seu lado, comecei, vagarosamente a dar as minhas primeiras braçadas. É já podia entrar numa piscina sem medo de me afogar.
Logo depois dele, quem deu continuidade a essa dura missão foi o Tio Marcel। Estudava pra ser piloto e como adorava ensinar, também dava aulas. Ao contrario do Tio André, esse´novo´´ tio era um pouco mais rígido e cobrava um melhor desempenho dos alunos, mas nada que eu não desse um jeito pra dá uma escapada dos seus olhares.
O ultimo tio, foi o Ricardo। Nossa que doce e que fofo ele era. Além de ser um grande professor, era também uma pessoa como poucas e durante as aulas, conversávamos muito, o que acabou nos aproximando e no fim, nos tornamos amigos e não vou negar que no fundo senti sim um amor platônico por ele, o que anos mais tarde se tornou real.
Nessa enrrolação toda, acabei ficando três anos nas piscinas। O que me motivava a ir nadar não era nem um pouco a natação em si, mas os amigos que eu tinha lá. Toda aula era uma farra, uma diversão tremenda e quando dava por mim, o sacrifício tinha chegado ao fim.
Em 2003, precisei dessa vez por motivos de força maior, voltar a nadar। Como em 97, eu reclamei, relutei, mas acabei indo e só fui porque dessa vez tinha tempo certo para começar e terminar a labuta. Sacrifício bem recompensado quando soube que depois de muitos anos seria aluna novamente do tio Marcel. Até hoje não esqueço o sorriso que ele deu quando me viu voltando para as águas. O mundo da muitas voltas.
Ano de 2008 ou pra ser mais exata, esse ano। Depois da descoberta de um problema no joelho soube que teria que retornar as piscinas. Legal, pensei comigo mesma, vou voltar pro PROMIN afinal lá eu conheço o dono e ele me conhece, porém, depois de uma conversa com o meu pai, soube que a escolinha tinha fechado. Fiquei meio chateada e com isso fui obrigada a procurar um outro lugar para me tratar.
Estou firme e forte em busca da minha melhora. Se antes eu reclamava porque tinha que nadar, hoje, por mais que não ache nenhuma maravilha, encaro a natação como um remédio e agradeço a Deus por poder entrar novamente em uma piscina. O lugar que me encontro, não vou negar, é muito bom. Na verdade é uma das academias mais conhecidas da minha cidade, com uma excelente equipe, que só vai me ajudar a melhorar. O fato é que pra mim, entrar em uma piscina, se resume a minha infância, aos meus momentos de descontração, a um lugarzinho simples e pouco conhecido, porém, a um lugar que sempre será lembrado com a maior de todas as saudades.
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