segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Equilíbrio

Brasília, algum dia de novembro de 2008

Hoje eu me dei conta de que o semestre esta acabando। Na verdade não só o semestre letivo, mas o ano como um todo. Quando vi minha mãe montando a arvore de Natal caiu à ficha bonito e com essa queda, veio um tombo bem maior.


Posso falar que detesto final de ano, pois o meu lado sentimentalista que já é grande fica bem maior e mais aflorado। Choro por qualquer coisa tenho vontade de abraçar e beijar todo mundo, mas também tenho vontade de ficar na minha cama, tranqüila, até que o meu celular toque.


Em 2008 ganhei mais do que perdi, é fato। Ganhei meu livro, noites de paixão intensas, viagens inesquecíveis, amigos instantâneos, conhecimentos na minha área, um afilhado, muito beijo na boca, a dança de salão e amores que foram vividos em cima da famosa frase: ´´ Que seja infinito enquanto dure. ´´


As perdas também vieram। Perdi noites de sono chorando a perda de um amor, perdi amigos, mas que no fundo não eram meus amigos, pois se fossem, eu não teria perdido. Perdi meu tempo com coisas fúteis, com sonhos bobos. Perdi o calor de quem amava e fiz questão de perder pessoas da minha família. O Cleiton se foi e certamente essa foi à maior perda.


Se a minha vida, ou melhor, o meu ano fosse ser colocado numa balança, diria que houve equilíbrio। Paguei caro em algumas situações, mas o preço foi bem recompensado. Os sorrisos que recebi valerão qualquer esforço.


Refletir não é bom, pois quando refletimos descobrimos muitas coisas e geralmente são coisas tristes porem é justo vê o que tem que ser melhorado। Adoro falar que terminarei o ano tendo aprendido o significado da palavra tolerância. Se antes eu jurava que era o mundo que tinha que mudar por minha causa, hoje enxergo que o mundo pouco se importa comigo. Se estou bem ou mal, o problema é meu e a obrigação é minha de encontrar a cura para os meus males.


Exerci também a solidariedade quando tirei de mim para dá ao próximo। Na verdade para dá a uma pessoa. Não é fácil ficar batalhando por amor próprio e de uma hora para outra entregá-lo assim, de bandeja. Se oi recíproco? A resposta eu tenho e ela ficara guardada. O que revelo é que no momento mais lindo de todo o ano, tivemos a vontade de termos um filho. Um filho que não seria gerado no amor, mas sim no carinho, na confiança e na cumplicidade de duas pessoas que se conheceram, se curtiram, se gostaram se separam, mas que continuam unidas e amigas. Só não fizemos essa loucura porque ainda temos alguns princípios, mas sei que essa vontade permanece, ainda que escondida.


A palavra fim de ano deveria então ser substituída por pausa para um café seguida de recomeço। Odeio Natal, pois ele esta relacionado à hipocrisia. Gosto sim de ano novo, virada de ano, ouvir fogos, tomar champanhe, olhar para o céu, abraçar os queridos e agradecer a Deus por mais uma etapa vencida. O ano, não precisa necessariamente começar no dia 1 de janeiro. Pode sim, começar a qualquer hora, em qualquer mês, afinal cada um resolve como será o seu ciclo.


Se 2009 for tão bom quanto 2008, darei pulos de alegria. Se não for, problema. O que vale é o fato de estarmos vivos e termos a doce chance de errarmos, aprendermos, sorrirmos, chorarmos, mas principalmente, de sermos felizes.



Obs.: esse texto foi escrito em forma de carta num dia qualquer do mês passado, porém, a sua publicação coincidiu com a data de falecimento do Cleiton. Que você esteja bem meu amigo e o seu sorriso, ainda faz falta na vida daqueles que te amam.

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