domingo, 5 de outubro de 2008

Despedidas.




Estava lendo o blog Dois em Xeque e o assunto de hoje me marcou muito, pois falava do Adeus do Gustavo que agora esta morando em Portugal. Pode parecer coincidência, não sei, mas nessa semana conversei com um amigo justamente sobre essa questão de se despedir, de romper certos laços e amarras para poder ser feliz. Engraçado, mas muitas vezes quando pensamos em despedidas, lembramos de algo triste, sofrido, cheio de lágrimas e dor. A situação não é bem assim.

Em algum outro texto publicado aqui no blog, eu tinha falado sobre a questão de libertar as amarras, de se soltar, porém, naquele momento não consegui relacionar esse tema com despedidas, sendo que um em alguns estágios da vida, não sobrevive sem o outro.

Já ouvi muitas vezes que era necessário eu mudar a minha conduta, passar a ser uma pessoa mais discreta só que nesse meio tempo, vi muitas mascaras caírem e cheguei a uma conclusão: prefiro ser autentica e transparente a ser uma pessoa cheia de não me toques. Acho que não seria feliz sendo assim. Quando estou feliz ou triste, estressada ou relaxada, de bom ou mau humor, é fácil reconhecer e enxergar. No fundo, esse meu jeito é que leva a cometer certas loucuras e a buscar aquilo que acredito ou até mesmo a me despedir do que me faz mal.

Sou um ser humano acostumado com as perdas. A primeira, foi ao cinco anos, quando o noivo da minha mãe, ao qual eu tinha como um pai se foi de maneira brusca em um acidente de carro. De lá pra ca, esse sentimento tornou-se constante sendo algumas vezes até normal. O ser humano foi criado para se adaptar em várias situações e comigo não é diferente.

Eu vivia tapando o sol com a peneira e não querendo enxergar as coisas. Não foram as vezes que necessitei dá a volta por cima, assumir as rédeas da minha vida e simplesmente não a fiz. Ora por comodismo, ora por medo ou receio de mudar e ficava indo, indo, indo sem ter um rumo a seguir e nesse ir, perdi noites de sono, me senti abandonada, desprezada por mim mesmo e no fim, não tinha coragem de dizer Adeus.

A conversa que eu tive com um amigo, citado anteriormente, me fez pensar nesse ano de 2008 inteiro, principalmente no meu lado amoroso. Tem uma pessoa que é importante pra mim e quando estamos longe, ela me faz bem e quando estamos perto, me faz uma mau incalculável. Não, esse teorema não foi meu, foi desse amigo que enxergou muito além do que eu queria vê e me abriu os olhos para o que eu não estava conseguindo enxergar, me dando duas opções: ou eu continuava a sofrer ou me despedia desse sentimento que me acorrenta e por mais que me doa, resolvi dizer tchau, adeus, by, até logo, até breve... Resolvi ser mais eu e pronto.

Não que eu vá radicalizar e bloquear o contato no MSN, excluir telefone ou simplesmente esquecer que ele existe. Meu radicalismo nunca me levou a lugar nenhum, porém, eu tenho que começar a enxergar os fatos e as coisas como elas são parar de viver no mundo da Cinderela. Príncipes e princesas não existem mais. O que existem são pessoas normais, com tudo o que há de melhor e de pior em um ser.

Despedidas nunca são boas, pois sempre deixaram um vazio no lugar daquele que se foi, mas é muito melhor conseguir se desvencilhar de algo ou alguém do que sofrer a vida inteira. Sofremos por causa de outras pessoas, mas esse sofrimento só nos acompanha se permitimos e tudo o que é feito em nossas vidas é só com o nosso consentimento. Se eu não tivesse viajado, amado, chorado, feito varias ligações, eu não teria sofrido, mas também não teria sido feliz como fui como também não teria criado forças, depois de um dia de dor, claro, para romper amarras, dizer um até logo e quem sabe, ser feliz de outra maneira.

Nenhum comentário: