sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Sexta - feira.

Excelente sexta-feira.


Foi numa sexta feira que vi todos os meus sonhos ire m por água a baixo. Na verdade, foi numa madrugada fria e só que o fato aconteceu. Naquele dia sofri como nunca por ter jurado a mim mesma amor e fidelidade eterna, mesmo que nada disso tenha sido cobrado ou exigido, mas fiz, pois há muito tempo não me sentia tão feliz nos braços de outra pessoa como estava me sentindo naquele período, um período curto, mas certamente um dos mais intensos de toda a minha existência.

Naquela sexta feira implorei por amor, me rastejei aos pés do ser adorado, me humilhei em busca de migalhas de sentimento. Naquela sexta feira não dormi abraçada a ele, na verdade, eu mal dormi e se o fiz foi porque encontrei refugio nos braços de amigos, que compraram a minha dor como se fosse a deles e respeitaram o meu desespero em silêncio.

Nessa mesma sexta feira, senti vontade de abandonar tudo e voltar para a minha casa, para a companhia dos meus verdadeiros amigos e também briguei com Deus por tamanha injustiça. Em pensar que numa sexta feira antes, vi os meus projetos de viajar quase indo pelo ralo, mas mesmo assim persisti e não dei ouvidos as mazelas. Eu necessitava ter o reencontro, o gosto do beijo ainda guardado no tempo em que ficamos longe, do falar manso em meus ouvidos, do ser colocada como a mulher mais bela e mais especial. Só não imagina que realmente isso iria acontecer como aconteceu, mas em outro dia de semana, depois de uma sexta feira dolorida e que desejava ser esquecida, mas não foi.

Já vivi muitas sextas feiras especiais, principalmente na minha vida de militante. Como era bom ir para um congresso do Movimento Estudantil, chegar à quinta feira, curti-la e quando acordasse na sexta feira, saberia que só estaria no segundo dia do encontro, ainda tendo um belo final de semana pela frente, para defender as minhas idéias, lutar pelo o que eu acreditava e claro, curtir os camaradas de jornada e de militância. Presente para uma sexta.

Mas essa sexta ficou sendo a pior desse ano. Aquele dia da semana que sempre trará um resquício de dor e de sofrimento. Foi também numa sexta feira, essa agora mais recente, que ao ligar para uma conhecida, senti que as burradas dessa outra sexta, se refletiram em muitas andanças, três meses depois do ocorrido e que não poderia tão cedo reviver outras sextas naquela cidade, com seus amores, seus encantos, como foi à primeira sexta em que acordei nesse cantinho sagrado ou com suas dores, suas lagrimas, seus desafetos, lembranças e reflexos daquela que desejei ser a ultima sexta feira do ano.

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