terça-feira, 14 de outubro de 2008

Massa demais. Parte 2.



Sábado, 9 horas da manhã. Depois de ter dormido pouco mais de 3 horas me ponho novamente a dançar. Passos novos, revisão dos vistos na sexta feira, a turma cada vez mais lotada, o dia mais quente e as dores acentuadas. Parece que a minha sapatilha criou vida própria. Ela simplesmente me leva e eu a obedeço. Perdi o controle dos meus movimentos, pois eles agora pertencem a todas as aulas, alongamentos e dinâmicas e mesmo assim, estou sempre sorrindo, sorriso esse que ao longo do tempo foi apagado ou esquecido em alguma fotografia.

Engraçado, mas apesar do ritmo ser o mesmo, cada professor que entrava na sauna (apelido carinhoso da sala 2) dava uma coreografia diferente e um jeito novo de fazer a contagem da marcação. O professor Mirra, de São Paulo, por exemplo, começa a marcar no um, enquanto o restante dos professores dava a dica de que a marcação mais fácil era no três. Nossa, bitolei muito, já estou até dando dicas de como se dança zouk.

Uma das coisas que mais me intrigou foi o fato de algumas vezes, faltar espaço para dançar, porém, um professor que vale a pena ser apresentado, disse para a Thaís que nem sempre você terá espaço para dançar e a regra é encontrar um cantinho e desenvolver a seqüência com as passadas mais curtas. Esse professor é o Luciano. Assim como o Júlio, também dá aula no local onde faço aula. Ele é novinho e super gente boa e dança um samba de gafieira como poucos.

Voltando o assunto das aulas. Pela manha, o rimo até que foi bastante tranqüilo, mas bastou passar à hora do almoço, àquela hora em que todo mundo sente sono para o cansaço bater com força e as dores começarem a se acentuar ao ponto que nem os alongamentos estavam adiantando mais. Entre uma aula e outra, o engraçado era conhecer pessoas novas e ir da uma espiada nas outras aulas e se imaginar dançando certinho e conseguindo desenvolver tudo o que os professores passam. Congresso do ano que vem esse feito será conseguido.

À noite, foi a vez do segundo baile. Quando chegamos ao local, vimos à magia que estava no ar. Malabaristas, tochas de fogo para iluminar o caminho e uma enorme tenda que lembrava um circo, montada em um espaço grande e super bacana para se dançar. A noite foi realmente mágica ainda mais depois de ter visto a minha evolução e a evolução da Thais. Para quem chegou com a cara e a coragem, nos realmente estávamos mandando muito bem, ao ponto de sermos elogiadas por vários cavalheiros que dançaram conosco.

A magia estava explicita no nosso olhar, no nosso jeito de conversar e até no modo como encaramos uma madrugada fria. Sempre com bom humor e disposição, pois a proposta era encarar qualquer coisa que viesse independente de ser boa ou ruim e o nosso objetivo estava sendo cumprido. Ora dançando como duas frenéticas, ora paquerando os poucos gatinhos presentes, ora ficando próximas dos nossos professores e ora colocando apelido em todo mundo e nos passos. Nada passa despercebido aos nossos olhos.

Chegamos em casa 07h30minhs da matina, cansadas, arrebentas, com olheiras enormes, mas rindo que nem duas crianças e fofocando horrores. Parece que quanto mais a gente fica junto mais assunto temos e a leveza dos nossos encontros é que faz toda a diferença. Leveza essa que deveria ser vivida 24 horas por dia, 365 dias por ano e nos descobrimos como alcançar esse estado de graça, dançando, dançando muito, pois assim, nos permitimos sermos felizes até que a madrugada termine e um novo dia se inicie nos brindado com surpreendentes raios de sol que nada mais são do que um presente de Deus para abençoar a nossa felicidade.

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