quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Só na multidão.

Esse poema é da minha grande Cibele, uma garota que aflora amor e deixa alegria por onde passa.
Ciba: obrigada por ser essa pessoa incrível e por poder nos presentear com tantas palavras gostosas.



SÓ NA MULTIDÃO

Ando pelas ruas
Passo por multidões
Vejo pessoas sem rosto
Pessoas sem cor

O canto das aves
O barulho dos carros
Vozes...
Tudo pra mim é silêncio

Ando só no meio da multidão
Só sem você aqui

As flores me lembram a morte
O Sol me mostra sofrimento
Os sonhos são apenas utopia
Me vejo apenas na Lua

Só mesmo com estrelas
Só por falta do mar

Ando em círculos
Angustio-me por nunca chegar
Na mata fechada estou sem guia
Me falta uma luz
Me falta o farol
Me falta você

Estou só no meio do nada
Só longe de você

Te vejo nos meus sonhos
Te vejo na minha mente
Te vejo na minha frente
Parece sempre uma pintura

Te ouço nas músicas
Sua voz é minha música
Mesmo do meu lado
Sua voz parece distante
Bela como o canto de um sabiá
Que está bem longe

Mas mesmo aqui
Fico só
Não por sua ausência
Mas por estar sempre do outro lado
Do outro lado da barreira
Invisível, Intransponível, Inquebrável

E assim permaneço só
Tão perto, tão longe, tão só
Só perto de você
Só do outro lado
Só, apenas só

E mesmo que me toques
O toque mais suave que a seda
E forte como a paixão
Sei que não estarás aqui
Não virás me buscar

Então, mesmo assim
Continuarei só
Só no meu (des)caminho
Doce engano o meu...
Pensar que ficaria bem
Bem mesmo longe de você
Pensar que um dia
Meu coração encontraria
Alguém que fosse inexplicavelmente
Ao mesmo tempo tão perfeito
E igualmente tão real

Suas marcas e seus jeitos
Seus abraçoes e seus beijos
Suas angústias e sorrisos
Sempre tão sinceros
Sempre tão seus
Sempre tão meus

Finjo estar bem
Quando na verdade nem sei onde estou
Quem sou

Minto dizendo
Que o que faço é viver
Minto mostrando
Que estou sempre feliz a sorrir

Diferentes das marcas
Que carrego em minhas mãos
Diferente das cicatrizes
Que tenho em meu corpo
São as marcas que me fizeste
Que sempre mostrarão porque existem

Como câncer
Que se multiplica rapidamente
Que destrói aos poucos
E que sempre faz sofrer
A sua ausência em minha vida
Se espalha, destrói
E, principalmente, tortura
Aquilo que ainda resta do meu coração

Nunca saberás
O que se passa em meu peito
Nunca ouvirás
De minha boca os meus lamentos
Nunca verás
As lágrimas em meu rosto escorrendo
E se nesse mundo
Souberes da minha morte
Só assim saberás
Se acaso leres minha lápide
Que só tu entenderás

Convivi com grandes amigos
Morei com um bom companheiro
Como mãe amei
E que jamais esqueci
Daquele que foi meu grande amor
Morri amando
Aquele que um dia
Disse me querer
E a quem realmente Sempre pertenci.

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